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Brincar para melhor comunicar!

Os exercícios são baseados em brincadeiras “naturais” da infância que de acordo com investigações recentes, desenvolve naturalmente os conceitos de comunicação, sociabilização e regulação emocional.

O princípio de desenvolvimento dos turnos de comunicação é tão simples como fazer rolar uma bola de uma pessoa para outra. Um ciclo de comunicação seria, “A” faz uma pergunta, “B” responde ou faz um comentário ou outra pergunta, “A” responde ou comenta de volta e assim por diante, desenrolando-se uma conversa. No desenvolvimento típico, o vai e vem de caretas e sons é o primeiro sinal de comunicação. Brincadeiras que estimulem isso irão trabalhar as funções neurológicas inerentes a este processo.

Aqui ficam alguns exemplos de jogos e brincadeiras para estimular a comunicação:

BATATA QUENTE: A brincadeira consiste em passar o objecto para o outro de forma rápida, como se tivéssemos uma batata quente nas mãos, podendo assim acrescentar alguma diversão ao exercício. Podem ser utilizadas bolas, porém corremos o risco de elas rolarem e até a recuperarmos, perdemos a atenção da criança. Como alternativa podemos utilizar um Balão com arroz lá dentro ou umas meias enroladas.

Passe o brinquedo (Balão ou meias, p. ex.) para a criança dizendo “quente, quente” e espere que ela devolva. Se ela não devolver, pode recorrer ao auxílio mão sobre mão, uma mão aberta e com a outra mão você direcciona a mão da criança para lhe entregar o brinquedo.

Faça caras e caretas e transmita a idéia que a brincadeira é divertida.

Faça vários turnos, a quantidade vai depender da tolerância da criança. Pode começar com 3 turnos e ir aumentando conforme a criança for entrando no jogo, até por exemplo completar 10 turnos.

O ritmo do jogo deve ser rápido, porém a velocidade vai depender de cada criança para criança, sendo a sensibilidade do adulto fundamental para determinar a velocidade e a quantidade de turnos deste exercício.

Segunda fase do jogo: VAMOS TROCAR! Quando a criança estiver à vontade com o jogo da “batata quente” introduza um outro objecto e quando a criança estiver com o brinquedo que representa a batata na mão, você diz “vamos trocar” e oferece o segundo objecto e retira o primeiro da mão dela. Com o passar do tempo você passa a oferecer e estender a sua mão para que ela entregue o primeiro objeto. Após ganhar consistência da troca de objecto consigo, retire a dica da mão aberta e deixe que a criança troque espontaneamente, se precisar, volte a dica da mão aberta, mas demore apenas uns segundos para ver se a criança é capaz de trocar sozinha. Faça a troca de turnos várias vezes também, sempre por um objeto novo.

A escolha dos objetos é super importante. Devem ser apelativos, mas não demasiado e muito menos os preferidos da criança para que não seja um "martírio" para a criança passar ou trocar o objeto.

Depois que se estabeleceu a troca de turnos, pode terminar o jogo empilhando os objetos no colo da criança. Para os que gostarem, pode inclusivamente iniciar uma “guerra de almofadas e objetos”, por isso escolha apenas objectos macios. O importante é terminar de forma divertida e com muita gargalhada (mesmo que no início seja só da sua parte).


VARIAÇÕES DOS TURNOS DE COMINICAÇÃO. 

Balões – são ótimos aliados! Se o seu filho é aficcionado por números ou letras conseguirá tornar esta variação ainda mais interessante. Atire o balão para a criança ou bata no balão para que ele simplesmente se eleve e conte "1" ou diga "A". Ajude a criança a bater no balão e diga "2" ou "B", bata novamente e diga "3" ou "C", ajude a criança na vez dela sempre que preciso e prossiga. Retire o seu auxílio o mais rápido possível, para trabalhar a autonomia.

Qualquer brincadeira que segue esta linha de mudança de turnos estimula as conexões cerebrais da comunicação como forma de conversa.

Quanto mais neutra a expressão da criança nesta brincadeira, mais ela precisa desse estímulo, por isso não desanime se a criança aparentar não ter interesse nenhum. Insista na brincadeira, ao menos uma vez por dia (não mais que isso, para não causar frustração) e verá que a criança vai começar a demonstrar satisfação por esse jogo. É importante manter sempre um nível de animação elevado, respeitando os interesses da criança por barulho e agitação, pois há as que gostam mais e as que gostam menos.

Use livros, leia e aponte para as figuras que ilustram as palavras que vai lendo. Escolha livros com frases curtas. Depois de já ter lido várias vezes o mesmo livro para a criança, faça um compasso de espera antes de ler a palavra que está ilustrada e aponte para a figura. Provavelmente a criança irá completar a frase. Contudo, se não completar, complete você e prossiga a leitura. Na próxima vez, repita o compasso de espera, que por repetição, a criança chegará lá.

Com as músicas que a criança gosta faça a mesma coisa, tente usar cantigas que tenham rimas, por exemplo:
“A barata diz que tem sapatinhos de fivela, é mentira da barata os sapatos não são dela”
Da vez seguinte cante:
“A barata diz que tem sapatinhos de fivela, é mentira da barata os sapatos não são _____” e a criança completa a frase. O uso da rima vai ajudar a lembrá-la.
Quando a criança já completar sem ajuda o final da frase, retire também a primeira rima da seguinte forma:
“A barata diz que tem sapatinhos de fi___ , é mentira da barata os sapatos não são _____” e ela completa.
Faça isto com várias músicas. Rapidamente estarão a cantar juntos, o que contribui para o processo de comunicação de uma forma social e dinâmica.

O MAIS IMPORTANTE, reserve tempo para FAZER NADA com seu filho. Reserve nem que sejam 15 minutos diários em que ficam lado a lado, sem lhe pedir nada, sem fazer nenhuma pergunta. Pode ser na cama, no sofá, em frente a janela. É um momento de ligação em silêncio. Desligue o som do telefone e "desligue" a cabeça. Comunicar é também dar e receber atenção. Vai ver que passado algum tempo, tudo flui naturalmente!

(Adaptado de: http://umavozparaoautismo.blogspot.com.br/2012/11/brincadeiras-para-desenvolver.html)

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